17 abril 2025
Brasil e os Índices Globais de Corrupção
Autoria: Zela
Categorias: Artigos e Publicações, Guias e Diretivas, Marcos Regulatórios, Noticias e destaques, Sem categoria, Zela na mídia, Abordagem Baseada no Risco, GAFI, Governança, KYC, KYP e KYE, Monitoramento e Comunicação, Outros Temas de Compliance, Prevenção à Lavagem de Dinheiro
A atuação eficiente na prevenção à lavagem de dinheiro (PLD) depende não apenas de controles internos rigorosos, mas também da compreensão do cenário político, econômico e reputacional de cada país, inclusive no tocante a crimes antecedentes da lavagem. O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) é uma das principais referências globais sobre a percepção da corrupção envolvendo o setor público. Em sua edição de 2024, o Brasil alcançou 36 pontos em uma escala de 0 (altamente corrupto) a 100 (muito íntegro), ocupando a 104ª posição entre 180 países avaliados. Essa pontuação é considerada um alerta vermelho, visto que caiu 10 posições em relação ao ano anterior, ao lado da Argélia, da Sérvia e da Ucrânia. colocando o país abaixo da média global e das américas.
Esse resultado aponta o enfraquecimento da percepção de integridade no setor público, indicando um ambiente que exige atenção redobrada das empresas em relação a práticas ilícitas, além de reforçar a necessidade de atividades mais efetivas no setor público e privado. Ainda, a Controladoria-Geral da União (CGU) afirma que, embora esses índices sejam de inegável importância, estudos internacionais discutem as limitações metodológicas de índices baseados em percepção, por isso seus resultados devem ser vistos com cautela. A corrupção é um fenômeno complexo e nenhum indicador consegue medir todos os seus aspectos.
Apesar do retrocesso no ranking, o Brasil assumiu em 2025 a liderança da agenda anticorrupção no BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O agrupamento de países é considerado um foro relevante de articulação política e é um espaço de cooperação e concatenação dos países do Sul Global com o objetivo de dialogar sobre temas da agenda internacional. Essa posição representa um compromisso estratégico com o fortalecimento da integridade, transparência nos processos e compromisso com as melhores práticas internacionais de PLD e combate ao financiamento do terrorismo (CFT).
Dessa maneira, é essencial que as organizações comprometidas acompanhem os indicadores como o IPC e o papel geopolítico do Brasil no BRICS, sendo possível refinar processos de due diligence e know your customer (KYC), fortalecendo estratégias de compliance e a atuação responsável em um ambiente regulatório cada vez mais exigente.
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